Como falamos no texto anterior, aqui em nosso blog, o contato com a natureza e atividades ao ar livre são essenciais para quem busca hábitos saudáveis, com uma vida melhor, o corpo e mente em equilíbrio.
Para isso opções não faltam para praticar atividades junto à natureza e para você obter uma melhora em sua saúde, com melhor preparo e condicionamento físico. Cada uma delas requer do corpo determinadas capacidades físicas. Por exemplo a caminhada, o cicloturismo, a canoagem e o rafting são algumas que trabalham muito o condicionamento aeróbio. Isso acontece pois nelas predominam o uso do oxigênio para a produção de energia.
Outras, no entanto, têm predomínio anaeróbio. Ou seja, elas utilizam mais a glicose como fonte de energia. Rapel, ascensão por cordas, escalada, arvorismo… Nestas atividades o exercício costuma exigir maior intensidade de esforço, porém com menor tempo de duração, gerando maior esforço muscular.
É interessante notar que, ao nos depararmos pela primeira vez com essas práticas, sentimos maior excitação e nosso corpo se mantém em estado de alerta, levando ao aumento do batimento cardíaco. Você com certeza já sentiu isso, não?
O professor Dimitri Wuo Pereira explica bem o que acontece: “ao praticar um rapel, ou saltar de bungee jump, ou descer uma corredeira num bote inflável há um gasto maior de energia pela taquicardia gerada devido ao excesso de adrenalina na corrente sanguínea. É comum observar que os instrutores costumam estar tranquilos, enquanto que aqueles que fazem pela primeira vez estarão mais excitados e queimando mais calorias do que o normal”.
A diferença entre os ambientes onde são praticadas as atividade
As reações no organismo podem variar de acordo com o ambiente que a atividade ao ar livre é praticada. Existem atividades que consomem nossa energia pela baixa temperatura do local, como é o caso do espeleoturismo, do mergulho, do voo livre, do canionismo, o aquaride e o surfe por exemplo. Em geral, o vento e água fria obrigam o organismo a gastar energia para manter a temperatura corporal. Assim, praticar uma atividade com o corpo molhado é uma forma de gastar mais energia. Mas lembre-se: tome cuidado para não entrar em hipotermia e sempre use as roupas certas para cada atividade.
Quanta energia cada atividade consome do nosso organismo?
De acordo com o professor Dimitri a energia gasta durante o exercício depende de diversos fatores, tais como: peso corporal, quantidade de massa magra (músculos), da temperatura do local, do condicionamento físico prévio da pessoa, e da intensidade do exercício.
Exercícios vigorosos realizados continuamente aumentam a taxa metabólica do indivíduo e, consequentemente, sua queima de calorias. Porém, em se tratando de atividades realizadas para o lazer, talvez este não deva ser o principal foco, pois mais interessante do que contar as calorias gastas por atividade é fazer exercícios com prazer, que te façam querem fazer novamente e assim adquirir uma vida melhor, com hábitos saudáveis.
De toda forma ajuda saber que uma pessoa com 75 kg de peso corporal que realize durante 1 hora as atividades de aventura abaixo deverá consumir aproximadamente, para cada prática:
- Salto de paraquedas – 270 kcal;
- Remar caiaque, rafting – 385 kcal;
- Mergulhar com snorkel ou caminhar com mochila carregada – 500 kcal;
- Pedalar em terreno acidentado (MTB) – 620 kcal;
- Escalar em rocha – 800 kcal;
Como não é apenas a perda de calorias que nos faz bem, também é bom salientar as outras vantagens destas atividades do turismo de aventura:
- Slackline – atividade que melhor desenvolve o equilíbrio corporal e a concentração;
- Stand Up Paddle – melhora a força de membros superiores e desenvolve o equilíbrio;
- Mergulho livre (snorkel) – aumento da capacidade pulmonar e absorção de oxigênio;
- Ciclismo de mountain bike – aumenta a força de membros inferiores;
- Rapel – desenvolve a coragem e a auto confiança;
- Arvorismo – melhora no equilíbrio e na coordenação;
- Canoagem – força de membros superiores e tronco;
- Escalada – atividade que mais aumenta da força de membros superiores.
Todos esses aspectos mostram que a aventura na natureza é muito mais do que um ganho físico: é a união do corpo e mente em busca de um ser mais completo em si mesmo.
E, para finalizar, vale a pena ressaltar a importância do condutor que vai te auxiliar e te guiar em cada uma das atividades. A experiência desse instrutor de aventura é essencial para conhecer as dificuldades do percurso e determinar o ritmo, a intensidade e os objetivos que serão alcançados pelo grupo, além dos aspectos de segurança de cada prática.
Dimitri Wuo Pereira – [email protected]
Professor de Aventura do Curso de Educação Física da UNINOVE
Professor do Curso de Pós Graduação em Aventura
Escalador e aventureiro por opção de vida
Autor de diversos livros sobre o tema: Escalada, Pedagogia da aventura, Entre o urbano e a natureza: a inclusão na aventura. Atividades de aventura em busca do conhecimento, Novas experiências na aventura.