Uma palavra “gringa” que tem muito a ver com o turismo brasileiro, e já te explico o motivo. Os hotspots de biodiversidade são locais de grande importância biológica para o mundo pela quantidade e variedade biológica e endemismos (quando determinada espécie ocorre somente naquele local). Essa classificação é feita pela organização Conservation Internacional (C.I), mas qual a importância disso?
Essa classificação pouco conhecida, porém, muito importante. É utilizada para fazer um ranking e aplicar políticas de conservação em muitos locais do mundo. Em todo o globo há somente 35 hotspots de biodiversidade, que representam apenas 2,3% da área total do planeta. Mas, pasmem, esses poucos 2% guardam quase 60% de todo o patrimônio biológico mundial.
Tudo isso representa o lar de muitos povos nativos, uma riqueza não só biológica como cultural gigante. Sim, uma riqueza gigantesca em uma porcentagem de terra minúscula.
Entre esses 35 pontinhos importantes espalhados no mundo, 2 são brasileiros. E ainda temos a Amazônia como o maior bloco verde tropical do mundo (extensão de floresta). Ou seja, natureza aqui não falta!
Os biomas do cerrado e mata atlântica são os que entraram na classificação como os hotspots de biodiversidade brasileiros. Afinal, são locais recordistas em registros de espécies nativas de animais e de plantas vasculares e já perderam mais de ¾ de seus territórios. Ou seja, estão ameaçados pela ação antrópica, e muitas espécies até já foram declaradas extintas e ameaçadas de extinção.
Muitas espécies de animais acabaram se tornando símbolos da conservação desses locais, o que chamamos de “espécies carismáticas”. Como o macaco-bugio (Alouatta guariba clamitans) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o Beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), endêmico do cerrado, com a finalidade de “dar uma cara” para o loca, um representante.
Tá, mas onde entra o turismo nisso?
Na conservação ambiental. Para que possamos enfatizar e gritar a plenos pulmões para que todos pensem no meio ambiente, precisamos que as pessoas conheçam para que preservem, afinal ninguém cuida daquilo que não conhece. O primeiro passo já foi dado com a escolha e divulgação das espécies carismáticas e agora vem a parte da educação.
Promover o turismo nesses locais de forma responsável e sustentável é uma ferramenta primordial de educação ambiental. Isso porque todos os atores do turismo são os que farão a ponte entre o público em geral e o conhecimento, assim como a importância da conservação do meio.
Através de uma experiência nostálgica, carinhosa e lúdica, o turismo de natureza desperta em cada um que visita aquele local a preocupação com a preservação daquele bioma. E transforma o turista em mais um agente de conservação, saindo do ego e partindo para o eco, disseminando informação, conhecimento e a vontade de cuidar da mãe natureza.
A ABETA tem o como um de seus pilares o ecoturismo e turismo de uma forma sustentável e com responsabilidade ambiental, e gente boa nesse quesito nessa associação é o que não falta. Viajar mais pelo Brasil conhecendo todos esses lindos e magníficos detalhes que ajudam na conservação é tudo o que queremos, e essa turma tem tudo para fazer a onda verde virar um tsunami da preservação.
Thaynara Siqueira Baumgartner