Polo de Ecoturismo da Cantareira
Detalhe do Polo de Ecoturismo da Cantareira/Foto: Carlos Ghiraldelli

A gente sabe e você não precisa repetir enquanto começa a ler esse texto: natureza não é a primeira coisa que vem à sua cabeça quando pensa na cidade de São Paulo. Mas você sabe o quanto de belezas naturais “escondidas” a maior metrópole da América do Sul tem pra apresentar?

Acredite: São Paulo tem uma variedade incrível de atrativos para turistas de natureza. Não por acaso, a Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) definiu a cidade como destino-anfitrião do principal evento do setor em 2022: o XIX Abeta Summit – Congresso Brasileiro de Ecoturismo e Turismo de Aventura, que acontecerá na Oca, do Parque Ibirapuera.

Para você entender melhor está conexão do meio ambiente com a capital paulista, listamos quatro tópicos que mostram o quanto existe de natureza em São Paulo – e que, se você ainda não conhece, a gente recomenda que coloque na lista de desejos de viagens.

Dois Polos de Ecoturismo, um na zona sul e outro na zona norte

Mesmo sendo o maior centro empresarial e de negócios da América do Sul, São Paulo é muito mais do que isso. Nem todas as pessoas sabem, mas o município conta com dois Polos de Ecoturismo, mecanismos importantíssimos para preservação e conservação.

Um deles é o Polo de Ecoturismo da Cantareira. No extreno norte da cidade, ele tem importantes reservas naturais, além de áreas de preservação ambiental. Ele foi criado em 2018, com a meta central de proteger mananciais, meio ambiente, fauna e flora – além de desenvolver economicamente a região. É uma área belíssima, na Serra da Cantareira, repleta de belezas naturais.

De lá, saem trilhas a pé e de bicicleta, que contam com cenários que fazem a gente esquecer que estamos muito próximos ao centro “nervoso” de uma das maiores cidades do mundo.

O outro é o Polo de Ecoturismo da Subprefeitura de Parelheiros, que abrange também Marsilac e Capela do Socorro. Lá, no extremo sul da cidade, se respira natureza pura, com quilômetros e quilômetros de Mata Atlântica reservada: são cachoeiras, represas, ninhário de garças, mirantes… Tudo com fauna e flora exuberantes.

Este foi o primeiro Polo de Ecoturismo criado em São Paulo, em 2014.

10 Unidades de Conservação, com áreas de preservação permanente

Antes de tudo, é importante contextualizar. Unidades de Conservação (UC), por definição, são “espaços territóriais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos”.

Portanto, é verdadeiro dizer que as 10 UC’s que existem na cidade são fundamentais para a conservação da natureza em São Paulo. Ao todo, são cerca de 40 mil hectares protegidos por meio destas áreas de preservação: 3 do grupo de Uso Sustentável (Áreas de Proteção Ambiental e RPPN- Reserva Particular do Patrimônio Natural) e 7 de Proteção Integral (Parques Naturais Municipais e Refúgio da Vida Silvestre).

Para conhecer todas as UC’s de São Paulo, clique neste link.

Presença de animais de grande porte

Depois que sabemos que a cidade conta com dois Polos de Ecoturismo e mais de 40 mil hectares de áreas naturais protegidas, não é difícil imaginar que diversos animais de grande porte marquem presença em São Paulo.

Antas, onças e muriquis – considerado o maior primata das Américas – são figuras constantes em diversos ambientes ao ar livre na cidade. Além das capivaras, mas essas são muito mais “famosas”, sendo facilmente avistadas especialmente na Marginal Pinheiros.

Como curiosidade: em 2010, a onça parda, também conhecida como suçuarana, foi eleita o animal símbolo da cidade de São Paulo em uma votação pela internet, e depois foi referendada por meio de um projeto de lei.

Importante lembrar que a presença de animais silvestres de grande porte é fundamental para o monitoramento ambiental. Mesmo na cidade mais populosa da América do Sul, o número de espécies é surpreendente para pessoas desavisadas: o Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do município, realizado em 2010, apontou que são mais de 700 espécies, entre três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.

Aldeias indígenas em várias partes do munícipio

É claro que os indígenas, enquanto povos originários da terra que depois recebeu o nome de Brasil, não são por si só uma atração da natureza. Porém, achamos que faz todo sentido colocá-los neste texto – uma vez que o mote desta nossa conversa é deixar São Paulo surpreender você.

E não dá pra negar: a realidade de indígenas na capital paulista é invisível, inclusive, para boa parte das pessoas que moram no município. Os últimos dados oficiais, porèm, apontam que são mais de 21 mil indígenas na Grande São Paulo.

Um dos locais em que a presença é mais marcante é a terra indígena Tenondé Porã, que tem quase 16 mil hectares e sete aldeias, no extremo sul da cidade. O lugar tem, inclusive, roteiros de visitação para quem quiser conhecer mais sobre a história.

E aí, se surpreendeu?