Por: Leda Malysz, jornalista 

Aproveitar o Abeta Summit para conhecer Foz do Iguaçu pedalando: uma experiência memorável para todos que participaram. O roteiro integra não apenas atividade física e contemplação, mas também proporciona uma rica oportunidade de imersão especialmente no interior e arredores do Parque Nacional do Iguaçu, pelas histórias e contos do local

As borboletas, por exemplo, criam um show à parte ao longo de todo circuito, formando um cenário lúdico e mágico, seja nos trechos de floresta ou até na estrada parque, de asfalto. Não por acaso: o Parque Nacional do Iguaçu e seu entorno guarda pelo menos 795 subespécies e 787 espécies de borboletas, conforme artigo científico de Gustavo Graciolli publicado em 2024. Maravilhoso.

Também vimos o lagarto Teiu e o pássaro Jacu. Comemos gabiroba – uma fruta silvestre com sabor único, parente da pitanga e sete capotes, enquanto aprendíamos que borboleta, em guarani, língua dos povos originários da região, chama “panamá”, e um emaranhado de borboletas voando chama “panapaná”. Não uma simples pedalada, mas uma vivência de alegria, amizade e conhecimento, conduzida de forma magnífica por Bruna Steckling e seu parceiro de trabalho, Breno.

Pedalando, chegamos à escola parque e conhecemos o mural “Kaágui sy ha nhande tekoha” (a Mãe do Mato e nosso espaço vital), do artista plástico Miguel Hachen. No centro da obra, a “mãe do mato”, “pachamama”, “mãe terra”, cercada de seu universo natural. À primeira vista, os animais não se destacam, o mural exige um certo tempo para você perceber a diversidade de uma floresta, assim como acontece quando estamos trilhando. Aos poucos você vai identificando as imagens do tatu, tamanduá, tucano, onça, cobra, lagarto, aves e mais. Logo após ingressamos nas trilhas do parque e chegamos até a sede criada pelo engenheiro Ângelo Alberto Murgel, com elementos harmônicos naturais, com pedras inseridas na construção. Foi o mesmo engenheiro que desenhou a sede do Parque Nacional do Itatiaia, no Norte de Minas Gerais, explica Bruna mais uma vez. E a semelhança entre elas é notável.

Com o grupo animado e o pedal harmônico muito bem conduzido pela dupla, decidimos esticar o trajeto e passar pela Trilha das Bananeiras, curtindo mais um pouco da Mata Atlântica ao nosso redor. A escolha foi especial: mais uma vez as borboletas nos recepcionando na melhor energia possível. A trilha termina e chegamos em mais um mirante das cataratas, agora às margens da estrada parque. Ao final, podemos ingressar no ônibus de turismo que circula na via e transportar as bicicletas na parte traseira do veículo. Hora de um bom almoço, uma boa resenha e de confirmar o que as fotografias mostram: vivemos uma experiência memorável e essa é a riqueza da vida de todos abetanos.

Outra experiência única de cicloturismo na região é oferecida pela “Falls Bike Tour”, presente com estande no Abeta Summit. Eles oferecem a mais completa vivência da região: três países em um dia. O pedal de 55 km (médio) ou 120 km (avançado) passa por Brasil, Paraguai e Argentina, com mais de 20 atrativos no caminho, comida típica, visita a território indígena e todo suporte da Falls. Além desse, você pode fazer uma experiência de 30 km focada na argentina ou de 20 km pelo lago de Itaipu e cataratas do Iguaçu.

A Urbia Cataratas também disponibiliza roteiros de cicloturismo, como o pedal de 9 km (iniciante) pela mata atlântica e parque nacional.

Salve a vida ao ar livre, o parque nacional, o Brasil, Foz do Iguaçu e todos cicloturistas do universo!

Serviço:

Cicloturismo em Foz do Iguaçu